O bebê de Rosemary




O bebê de Rosemary (Rosemary's baby)
EUA,1968. De Roman Polanski. Baseado no romance A semente do diabo, de Ira Levin. Com Mia Farrow, John Cassavetes, Ruth Gordon, Sidney Blackmer e Maurice Evans.


"Não devemos contar nada à ela." Minnie


Os recém-casados Rosemary e Guy, um ator ambicioso, se mudam para um prédio antigo em Nova York - a fachada é do edifício Dakota. Mesmo alertada por um velho amigo de que o lugar havia servido de cenário para histórias de bruxarias e magia negra, Rosemary se encanta com o apartamento. Coisas muito sinistras começam a acontecer quando o casal se envolve com os vizinhos Minnie e Roman, adoradores do diabo.

A tensão que acompanha toda a história começa logo na abertura do filme, com Mia Farrow cantarolando uma canção infantil. É imperdível e meu filme de terror predileto. Polanski foi tão fiel ao livro que manteve todos os detalhes descritos no romance, do figurino aos diálogos.

O diretor queria que sua mulher fosse a protagonista, mas seu nome não foi cogitado pela Paramount e ele achou que não seria elegante fazê-lo. Pensou em Warren Beatty para interpretar Guy, mas o ator achou o papel pequeno demais. "Ei, posso fazer o papel de Rosemary?" - brincou.

O bebê de Rosemary nasce no mês 6 de 1966. Um ano depois de ter sido lançado nos cinemas, Roman Polanki enfrentou o pior momento de sua vida, quando sua mulher, Sharon Tate, quase no final da gravidez, foi brutalmente assassinada por um grupo de fanáticos. Anos mais tarde, o cineasta se envolveu com uma menina de 13 anos e nunca mais pôde pisar nos Estados Unidos. O Dakota (Central Park West com rua 27) ficou conhecido como o lugar onde John Lennon foi morto a tiros. Durante as filmagens, Mia Farrow recebeu os papéis do divórcio do seu casamento com Frank Sinatra.

Os cabelos curtíssimos foram idéia de Mia, e o corte de Vidal Sassoon se tornou febre nos Estados Unidos. Salvador Dali considerou a atitude da atriz um "suicídio mítico".


O Diário de Mia




"Há 127 tipos de louco" - disse Polanski a um jornalista. "Mia se encaixa em 116 deles". Para mim, qualquer elogio é elogio.

Quando ele [Polanski] quis que eu comesse fígado cru, comi, tomada após tomada, embora naquela época eu fosse uma vegetariana radical. Enquanto filmávamos na Park Avenue, ele teve a idéia de que eu devia distraidamente atravessar a rua no meio do tráfego, sem olhar para os lados.

"Ninguém vai atropelar uma mulher grávida", brincou ele, referindo-se à minha barriga postiça.

Embora eu pesasse apenas 44 quilos quando começamos, Roman mandou que eu emagrecesse para as cenas em que estou grávida e enjoando muito, e iríamos fazê-la no fim.

Por causa das exigências técnicas inerentes e do seu perfeccionismo, Roman freqüentemente filmava de trinta a quarenta tomadas por cena.

(O que fica pelo caminho é para sempre, autobiografia de Mia Farrow / editora Objetiva)
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6 comentários:

lola aronovich disse...

Não sei se é o meu filme de terror preferido, mas certamente é um deles. E acho que nenhuma mulher grávida deveria vê-lo.
Foi por causa desse filme que o casamento entre a Mia e o Frank Sinatra acabou tão rapidamente.
Só não sei se eu chamaria os assassinos da Sharon Tate (e mais quatro pessoas na mansão) de "fanáticos". Psicopatas talvez. Loucos? Não sei, "fanático" pra mim tem uma conotação mais religiosa.
Abração!
www.escrevalolaescreva.blogspot.com

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Marina,
"O bebê..." é mesmo um grande filme de terror. Deu vontade de revê-lo.
Abração

Anônimo disse...

nunca tive coragem de ver este filme, mas esses detalhezinhos me deixaram curiosa. Te leio sempre.

Anônimo disse...

psicopatas e fanáticos os assassinos de Sharon Tate, na verdade seguidores de Charles Manson. O cara, em prisão perpétua, já está com 73 anos. Li a estória por acaso dia desses e fiquei chocada. Tem tudo na wikipedia, você vai vendo, decifrando. é uma mistura de loucura com fanatismo porque os assassinos fizeram tudo guiados por ele. além do quê o cara é o maior racista, aintenção era jogar a culpa na comunidade negra da cidade.

agora ver que a Sharon tinha sido cogitada para o papel pelo seu marido assusta ainda mais.

Tina Lopes disse...

Meu filme de terror preferido, tento vê-lo sempre. E sempre morro de medo. O sonho do começo, no barco, quando o demo a engravida é uma das cenas mais apavorantes do cinema.

Anônimo disse...

Ando tão a fim de rever. Estou aqui com Coração Satânico mas não tenho coragem de ver sozinha. Muito menos de noite.