A rosa púrpura do Cairo





A ROSA PÚRPURA DO CAIRO


Em que filme você gostaria de entrar, poder participar e até modificar o final?


Jorge Furtado, roteirista e diretor de cinema: Noites de Cabíria, para não deixá-la tão triste...

Adriana Falcão, escritora e roteirista Se eu pudesse entrar em um filme, entraria em Perdas e Danos e ficaria ali, pertinho, só olhando para Jeremy Irons e a Juliette Binoche namorando. Acho muito sensual esse filme.

Manoel Carlos, autor de novelas Obviamente, escolheria Casablanca. E no final, quando já está se preparando para embarcar, Ingrid Bergman deixaria Paul Henreid falando sozinho e ficaria com Humphrey Bogart.

João Ximenes Braga, jornalista Como bom preguiçoso, não faço muita questão de entrar num filme. Necessário fosse, preferiria qualquer um dos dirigidos por Andy Warhol, pois neles ninguém faz nada além de dormir e trepar.

Sérgio Augusto, jornalista Eu gostaria de entrar em Bambi (o filme mais traumático da história do cinema) e impedir que os caçadores matassem a mãe do epônimo personagem.


Pedro Dória, jornalista Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida. Pode ser tudo igual, desde que eu seja o Indy ;-)


Juca de Oliveira, ator Eu escolheria O Articulador, dirigido por Dan Algrant, com Al Pacino, para mudar o final. O final errado levou a critica a considerá-Io um dos piores filmes do ator. Nas cenas finais, Eli Wurman, o personagem vivido por Pacino, é assassinado numa estúpida e idiota reversão de expectativa. Se ele sobrevivesse e desvendasse o assassinato da moça, o filme teria sido sucesso e a critica positiva.

Xico Vargas, jornalista Grand Prix, de John Frankenheimer, filme do final dos anos 60.


A rosa púrpura do Cairo. EUA, 1985. De Woody Allen. Com Mia Farrow e Jeff Daniels.

Afogando em números


Luís Fernando Veríssimo, escritor O filme que eu assisti mais vezes foi Gunga Din. Perdi a conta das vezes.

J.R. Duran, fotógrafo Um Homem e uma Mulher. O filme de Claude Lelouch, com Jean Louis Trintignant e Anouk Aimée. Assisti 16 vezes e choro sempre no final.

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Mario Prata, escritor Umas dez vezes, Cat Balou e Meu Tio, do Tati.

Mino Carta, jornalista Vários filmes, mais de 20 vezes: No Tempo das Diligências e Rastros de Ódio, do John Ford; Ladrões de Bicicleta, do De Sica; Blade Runner, de Ridley Scott; Tempo Modernos, do Chaplin; Os Companheiros e Rufufu, do Mario Monicelli; Amarcord, do Fellini.

Lucélia Santos, atriz Romeu e Julieta, umas dez vezes. Era adolescente e me apaixonei pelo filme do Zefirelli.



Gilberto Braga, autor de novelas Quanto Mais Quente Melhor. Não contei, mas posso calcular por volta de 20 vezes.

Joaquim Ferreira dos Santos, jornalista Vi Acossado não sei quantas vezes, no cinema, em VHS ou em DVD, e de quando em quando ainda me dá vontade de sair na praça para comprar a edição de hoje do Herald Tribune. Não me de nada mais charmoso no cinema. Um pop-policial-pensante. Tenho o bonequinho imã do Belmondo na porta da geladeira e o cangote da Jean Seberg sempre em mente.

Roger, do Ultraje a rigor Eu devo ter visto American Grafitti umas 8 vezes, aproximadamente.

João Ubaldo Ribeiro, escritor Eu já fui viciado em cinema e perdi a conta dos filmes, de todos os tipos, a que assisti, também não sei quantas vezes, mas alguns, com certeza, dezenas. Estou esquecendo inúmeros (e importantes, mas é que a memória é vigarista), Não dou em ordem de importância nem coisa nenhuma, é só uma lista expelida de um jato: Dr. Strangelove, Picnic(Glauber e eu), Janela Indiscreta, O Juízo Universal (Sica, esquecido - Cacá duvidava que existisse e eu achei na Internet Movie Database), The Searchers, West Side History, Música e Lágrimas, O Dia D , O Gande Ditador - ah, uma porrada...



Ledusha Spinardi, poeta e tradutora O Boulevard do Crime, Marcel Carné; Verdades e Mentiras, Orson Welles; Touro indomável, Scorsese; Ladrão de Casaca, Hitchcock; Manhattan, Woody Allen; Noites de Cabíria, Fellini; O Bandido da luz Vermelha, Rogério Sganzerla.

Wagner Carelli, jornalista Os filmes que assisti mais vezes foram Ben-Hur (não posso calcular com precisão, mas certamente não foram menos de 10), A Felicidade não se Compra, a que assisti precisamente 8 vezes e O Último Tango em Paris, 5 vezes.



Luciana Villas-Boas, editora Quando eu era criança, gostava de ver muitas vezes o mesmo filme. Vi Hatari 15 vezes, assim como A Família Suiça. Foram meus recordes. Quando Setembro Vier, Sissi, O Diário de Anne Frank, Elza, a Leoa e Guerra dos Botões, 8 vezes. Também nesta faixa, todos os Elvis Presley, por quem era apaixonada quando menininha. Da Disney, somente A Bela Adormecida e A Dama e o Vagabundo podem competir com estes títulos. Na vida adulta, só Amarcord chegou perto, 6 vezes. E A Guerra Acabou, O Sétimo Selo, O Discreto Charme da Burguesia e Acossado (fora o remake), 4 vezes.

Nelson Motta, produtor musical Help, umas 10 vezes.

Sílvio de Abreu, novelista O filme que mais assisti no cinema foi Sinfonia Carioca, 1955, de Watson Macedo, com Eliana e Anselmo Duarte. Devo ter visto mais de 30 vezes. Depois foi Um Lugar ao Sol, 1951, de George Stevens, com Elizabeth Taylor, Montgomery Clift e Shelley Winters, mas aí já se incluem as vezes que assisti em vídeo, LD e depois DVD em casa.

Mauro Ventura, jornalista Os filmes que vi mais vezes não têm nada de glamurosos, elaborados ou sofisticados. Foram - e eu digo aqui bem baixinho - Os Embalos de Sábado à Noite e Grease. Sabe como é, eu era adolescente na época, empolgado pela onda disco, por Bee Gees, querendo ser John Travolta, querendo ficar com a Olivia Newton-John... A gente via e revia os filmes o tempo todo. Depois, ao longo dos anos, ainda revi os dois na programação da TV ou em vídeo.

Augusto Nunes, jornalista ...E o Vento Levou, 5 vezes.



Daniel Filho, diretor de TV O filme que mais assisti é, sem dúvida, Cantando na Chuva. Nas 1a. e 2a. semanas de exibição, na estréia, eu com 14 ou 15 anos, assisti 12 vezes. Até 78/79 tinha que catar um relançamento ou em Paris, em festivais, e alugava cópias em 16mm. Depois, com a chegada do vídeo, foi um dos meus primeiros. Para não perder o gosto, vejo no mínimo duas vezes por ano. Teve anos que exagerei! Até hoje, por exemplo, deve estar perto de + ou - 50 vezes. Nunca contei. Uso o filme no lugar de calmante, ou quando quero relaxar, ou pensar em cinema, e por último, mas não como último na lista, para me divertir!

Matthew Shirts, jornalista Pulp Fiction, umas 8 vezes.



Manoel Carlos, autor de novelas Picnic, com William Holden e Kim Novak. Devo ter visto umas 10 vezes.

Leo Jaime, cantor Acho que foi Cantando na Chuva, ou Blade Runner, ou Janela Indiscreta. Sei lá. Esses favoritos eu vi várias vezes. Quanto mais Quente Melhor idem. ET! Mas não sei qual vi mais vezes. Acho que foi o Blade Runner. Teve a versão do diretor, depois de tudo. Laranja Mecânica também vi várias vezes. Grease!!!! Cidadão Kane!!! As Sete vanpiras eu vi várias vezes por razões profissionais.



Fernanda Torres, atriz 2001 - Uma Odisséia no Espaço. Perdi a conta de quantas vezes vi esse filme.

Jorge Furtado, diretor de cinema Annie Hall (Woody Allen) e Nós que nos amávamos tanto (Ettore Scola), mais de 5 vezes. Em vídeo talvez seja A Pequena Sereia, meus filhos viam quase todos os dias, às vezes mais de uma vez por dia...

Arrigo Barnabé, cantor e compositor Os que mais assisti foram 2001 - Uma Odisséia no Espaço, e A mulher do Lado, mais de 6 vezes cada.

Ana Maria Magalhães, atriz e cineasta: Luzes da Ribalta, quando eu tinha 4 anos de idade, mas não lembro quantas vezes. Todos os dias pedia à minha babá pra me ler pra ver o filme de novo.

Vinícius Viana, roteirista Adoro os clássicos, mas adoro porcaria também. Enfim... Acredito que ao longo desses anos todos desde que comecei a acompanhar cinema, o filme que mais vi foi O Poderoso Chefão (o primeiro). Acredito tê-lo visto umas 15 vezes. Sou do tipo que descubro um diretor e tento ver toda a obra do cara. Recentemente me aconteceu com Ernest Lubitsch. Acho que consegui ver todos os filmes da fera. Mas nessa lista dos filmes que mais vi entram dois que são, digamos, favoritos, um inclusive será motivo de chacota. Duro de matar (o primeiro), vi umas 12 vezes. E, recentemente, andei revendo no Telecine, o mesmo filme umas 10 vezes. E French Kiss ( não me lembro o em português, acho que Surpresa do coração). É um filme do Kasdan, com Meg Ryan e Kevin Kline. Um roteiraço, eu amo esse filme.



Arnaldo Jabor, cineasta e comentarista Cantando na Chuva, mais de dez vezes.

Ruy Castro, escritor O filme que mais devo ter visto é Um Corpo que Cai (Vertigo), de Hitchcock. Vi-o na estréia, em 1959 0u 1960, três vezes. Depois, numa reprise em meados dos anos 60, mais uma. De novo, numa sessão "última chance" (de ver no o filme antes de a cópia ser destruída) no lendário Paissandu, aqui no Rio, em 1966. Quando saiu em VHS americano, comprei e vi várias vezes. Quando saiu em laser, aposentei o VHS e vi de novo, não sei quantas. E, há uns dois anos, saiu a versão restaurada em DVD, que também comprei e já passei umas 3 vezes. E só no DVD tive a surpresa de saber que o filme (originalmente em VistaVision) era em tela larga. Mas você não viu no cinema, dirá você. Sim, mas no Brasil os filmes em VistaVision passavam em tela normal. Não é incrível? Calculo que tenha visto Um Corpo que Cai umas 15 vezes, mas é pouco, não? Só é muito em comparação à quantidade de vezes que Pauline Kael fazia questão de ver cada filme: uma vez só! O filme brasileiro a que mais assisti foi Todas as Mulheres do Mundo, umas 6 ou 7 vezes.


*Afogando em números (Drowning by numbers). Inglaterra, 1998. De Peter Greenaway. Com John Standing e Matthew Delamere.