uma turman e john travolta


o cinema e a dança 2

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"O coração sabe quando se encontra o homem certo. Não tenho dúvidas de que é com Nicky que desejo viver toda a vida". Casamento com Conrad Nicholson Hilton, 1950

"Só desejo estar com Michael, ser sua mulher. Para mim, isto é o começo de um final feliz." Casamento com Michael Wilding, 1952

"É dele o meu eterno amor... Este casamento vai durar para sempre. Acho que a terceira vez é a vez da sorte." Casamento com Mike Todd, 1957

"Nunca fui tão feliz em minha vida... Vamos ficar em lua-de-mel durante trinta ou quarenta anos". Casamento com Eddie Fischer, 1959

"Estou tão feliz que é quase impossível acreditar... Amo-o tanto que seria capaz de ficar a seu lado. Não importa o que ele pudesse fazer, e o esperaria sempre".
Casamento com Richard Burton, 1964

"Não haverá mais essa coisa de casamentos ou divórcios. Estamos ligados como penas de galinha no piche – para sempre, apaixonadamente". Segundo casamento com Richard Burton, 1975

"John é o melhor amante que já tive... Com ele quero passar o resto da minha vida e com ele quero ser sepultada”. Casamento com John Warner, 1976



(Do livro Elizabeth Taylor, de Kitty Kelley, 1981)

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Santiago



Santiago
Brasil, 2007. Roteiro e direção de João Moreira Salles. Fotografia de Walter Carvalho.

"Santiago", é um documentário sobre o mordomo argentino que trabalhou para a família do diretor durante 30 anos. Uma delícia é ter assistido no cinema do Instituto Moreira Salles, na Gávea, para ver de perto o cenário onde tudo acontecia.

As pessoas com que conversei discordam quando digo que o personagem na telona não tem carisma. Se ficasse o tempo todo falando (ainda por cima argentino, na boa), seria desesperador. Fala pelos cotovelos. A graça do mordomo é ser original, uma pessoa realmente única, que inventou um universo particular.

Durante 50 anos escreveu sobre a mais alta aristocracia, que venerava. São biografados que viveram há seis mil anos ou no mundo moderno. A vida de reis, duques, presidentes, viscondes, estrelas de Hollywood, escrita por ele a mão e em idiomas diferentes. Santiago é praticamente um personagem de Manuel Puig.

Tarde da noite, João (Moreira Salles) era pequeno e ouviu uma música vindo da sala. O mordomo estava tocando piano e usava um fraque. "Por que você está com essa roupa?", perguntou o menino. "Porque é Beethoven, meu filho".

Seu único exercício físico era "a dança das mãos". Rezava em latim, tocava castanholas e tinha uma cultura inacreditavelmente ampla. Gostava do luxo que já não existe mais. Discorre sobre as festas dos Moreira Salles, que terminavam às 7h e tinham 25 garçons. O mordomo me lembrou Anthony Hopkins em "Vestígios do dia", que interpreta um criado que se sente honrado em servir.

João volta à casa onde morou da infância aos 20 anos. Está abandonada. O filme é narrado na primeira pessoa, mas a voz é de seu irmão Fernando. A "casa da Gávea", como era conhecida, tinha 12 quartos, 22 empregados, e hospedava Cristina Onassis. No final o diretor faz um mea culpa sobre a forma autoritária que conduziu o filme, o que se percebe logo: começa com João negando um pedido ao ex-empregado. O documentário foi filmado em 1992, e abandonado durante 13 anos, período que o documentarista fez outros trabalhos: Notícias de uma guerra particular, Entreatos, e Nelson Freire. João ajusta contas com o seu passado e deixa a câmera ligada.

Santiago gostaria de saber que sua vida foi documentada com tanta classe. Uma jóia.

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Para aceitar o papel principal em Top Gun, Tom Cruise exigiu que o roteiro fosse reescrito umas 50 vezes.

Ashton Kutcher tem um irmão gêmeo.

Woody Allen começou a fazer análise em 1959.

Frank Sinatra deu de presente de Natal para Mia Farrow uma cigarreira de prata com a inscrição Mia, Mia, Com amor, do Francis. Ela encheu a caixinha de baseados.

Isabelle Adjani só tirou a roupa no cinema depois que seu pai morreu, foi uma promessa que ela fez a ele.

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Kramer x Kramer




Kramer x Kramer (Kramer vs Kamer)
EUA, 1979. De Robert Benton. Com Dustin Hoffman, Meryl Streep e Justin Henry.


Joanna (Streep), uma mulher em crise existencial, resolve ir embora de casa e deixar o filho pequeno (Henry) com o pai, Ted (Hoffman), que só se importa com seu trabalho. Depois de meses, ela resolve ter o filho de volta e eles lutam na justiça pela posse do menino.

Dustin Hoffman não queria interpretar Ted Kramer, tinha acabado de sair de um divórcio, achava que seria doloroso, e, além de tudo, não queria fazer “o papel dele mesmo”. Mas acabou concordando, desde que pudesse influenciar no roteiro. Meryl Streep ainda estava filmando Manhattan, com Woody Allen e interpretando Shakespeare no teatro, quando recebeu o roteiro. Aceitou participar do elenco porque acreditava que estava sendo chamada para o papel principal, quando na verdade o papel de Joanna estava reservado para Kate Jackson, que fazia um tremendo sucesso com o seriado As Panteras.

Mas Kate estava presa a um contrato e acabaram optando por Meryl Streep que só veio a saber a verdade muito tempo depois. Era tão desconhecida que quando Kramer vs Kramer se tornou sucesso nas bilheterias, a imprensa não sabia sequer escrever seu nome.

A pessoa que deu a Robert Benton o livro em que se basearia o filme convidou François Truffaut para dirigi-lo. Benton fez o roteiro e estava ansioso para assumir a direção. Para sua sorte, o cineasta francês não pode assinar o convite porque estava terminando de rodar O Quarto Verde, e já com a cabeça em O Amor à Tarde. Sugeriu Benton que, em homenagem a Truffaut, incluiu um trecho do concerto de Vivaldi, que fazia parte do filme O Garoto Selvagem.

As filmagens foram tranqüilas, apesar do climão que às vezes rolava entre Dustin e Meryl, dois perfeccionistas. Além disso, ela achava que ele a odiava, que na verdade descontava na atriz a raiva que sentia da ex-mulher. Houve muito improviso. Na cena onde os dois discutem no bar, Meryl deu uma improvisada e Dustin não gostou nada e, por isso, no final da conversa, ele taca o copo de vinho na parede – fazendo do susto de Joanna um susto real.


A atriz não queria que o público sentisse antipatia pela personagem. Também não gostou da sua fala no tribunal, e pediu que cada membro da equipe escrevesse um outro texto. O dela venceu, claro, porque sua personagem dizia uma coisa que nenhum outro homem poderia sentir com tanta clareza “Eu sou a mãe”.


Outra coisa: Dustin contou ao menino uma travessura que a filha fez – bater o pé para comer sorvete antes de terminar de jantar. O menino resolveu incluir uma cena igual. Num momento onde o menino deveria chorar, o ator disse que ele que nunca mais veria a equipe.

Jane Fonda não aceitou o papel de Joanna Krammer. Na cena final, Meryl Streep está grávida. Foi nesse filme que a atriz esqueceu seu Oscar no banheiro.

Para ter o filme em casa, compare os preços.


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Na cama com Madonna

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Who is Madonna dating?

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Isabella Rossellini




Com David Lynch,fotografada por Annie Leibovitz.


"Não gosto da idéia de envelhecer, mas gosto de ter nascido há muito tempo." Isabella Rossellini.

Isabella passou a infância vendo os móveis da sua casa serem confiscados, pois seu pai estava sempre endividado. Ele, o diretor de cinema Roberto Rossellini, era superprotetor e ciumento - quando ela chegava em casa cinco minutos depois da hora combinada, aprontava um escândalo. A mãe, Ingrid Bergman, "estava sempre atuando na Broadway."

Aos 18 anos, com o pretexto de aprimorar seu inglês, Isabella fugiu para Nova York. Logo soube que uma rede de televisão procurava alguém bilíngüe para fazer tradução num programa de jornalismo. Foi seu primeiro emprego. Rapidamente passou a entrevistadora, embora sempre tenha sentido desprezo (sic) pelos jornalistas, porque seus pais foram muito perseguidos pela imprensa, principalmente quando Ingrid Bergman largou tudo para viver com o cineasta italiano.

Um dia, Bruce Webber pediu para fotografá-la. Depois, Avedon. Fez quatro capas seguidas para a Vogue e se tornou uma top model. Foi contratada pela Lancome, onde ficou 14 anos.

Namorou Mikhail Baryshnikov, casou com Martin Scorsese, se divorciou, casou com Jon Wiedemann (um modelo alemão, atualmente executivo da Microsoft), pai de sua filha.

Adotou um menino, chamado Roberto. Antes de se casar de novo, com o ator Gary Oldman, namorou David Lynch. Não é à toa que sua filha se chama Electra.

Filmou com os irmãos Taviani por romantismo - eram amigos do seu pai, que tinha acabado de morrer. Com Lynch fez Perdida Durango, em Coração Selvagem. Ela mesma criou o visual da personagem - peruca loura, sobrancelhas escuras e grossas - baseado em Frida Khalo, que tinha acabado de descobrir. Queria criar uma mulher ao mesmo tempo "repulsiva e atraente". Insistiu em colocar bigodes como os da pintora, mas Lynch achou que também já era demais.

Depois fez Veludo Azul e na cena em que corre nua, tentou reproduzir a mesma vulnerabilidade da foto que tinha visto quando jovem, da criança vietnamita correndo sem roupa, de braços abertos.

Separou-se de Lynch porque ele se apaixonou por outra. Foi demitida da Lancome por já ter 50 anos.

Abriu sua própria empresa de cosméticos, Manifesto. É empresária, mas não gosta de viver entre telefonemas, faxes e reclamações. Para compensar, atua em peças que possam atraí-la, uma delas dirigida por Bob Wilson, inspirada num livro de Umberto Eco, que ela não leu inteiro porque não entendeu nada. "É o alka-seltzer que cura minha ressaca",diz sobre o teatro.

Sua casa é um antigo estábulo abandonado há 30 anos. Isabella reformou, deu um pintada e fez uma varanda. Deixou que o matagal em torno da casa ficasse do jeito que estava. Tem vários cachorros, redes, livros. E uma árvore de galhos secos com espelhos redondos pendurados.

Nascida em Roma, seu nome completo é Isabella Fiorella Elettra Giovanna Rossellini. Tem uma irmã gêmea,Isotta, professora da New York University.


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Le Fabuleux destin d'Amelie Poulain


O cinema e a música 3



La Valse d'Amelie.

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Sabrina


Sabrina(Sabrina)
EUA,1954. Roteiro e direção de Billy Wilder. Com Humphrey Bogart, Audrey Hepburn e William Holden. Oscar de melhor roteiro e figurino.

Linus (Bogart) é um empresário muito sério e seu irmão David (Holden),um playboy sedutor. Depois de dois anos em Paris, a filha do motorista (Hepburn), que eles conhecem desde criança, volta para casa. A garota sempre foi apaixonada por David, que fica encantado quando ela aparece assim, adulta, flutuante e linda. Mas seu irmão teme que um possível casamento entre os dois prejudique os negócios da família e faz tudo para prejudicar o namoro. Só que não estava nos seus planos se apaixonar por ela.

A convivência de Bogart com Audrey Hepburn foi marcada por atritos e o ator fez tudo para substituí-la por sua mulher, Lauren Bacall. Já Audrey e William Holden se davam tão bem que viveram um discreto romance durante as filmagens. Bogart não suportava seu personagem e rejeitava a idéia de trocar o jeito durão que o tornou famoso por uma história de Cinderela. Não saber se o final feliz de Sabrina seria ao seu lado ou ao lado de seu irmão deixava-o ainda mais irritado. Ficar horas e horas no estúdio esperando seu script ficar pronto só piorava.

Audrey, para ajudar Billy, fazia suas cenas cometendo um erro atrás do outro, refazendo várias tomadas, até que as falas de Boggie fossem escritas. Esta falsa incompetência fez com que o ator declarasse aos jornalistas que filmar com ela não era ruim, "a não ser que você não se importe em filmar a mesma cena dúzias de vezes".


Money, money, money!

Bogart recebeu US$ 300 mil para atuar no filme. Holden recebeu 150 mil e Hepburn, 15 mil.

*Extra* Wilder queria Cary Grant para o papel de Linus, mas ele não aceitou.



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Marlon Brando e Maria Schneider


o cinema e a dança




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Crepúsculo dos deuses





Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd)
EUA, 1950. De Billy Wilder. Com William Holden, Gloria Swanson, Erich von Stroheim e Nancy Olson. Cecil B. de Mille, o diretor que fez a transição entre o cinema mudo e o falado participa do filme representando a si mesmo. Buster Keaton, H.B. Warner e Ray Evans também. Indicado a 8 categorias do Oscar, levou 3: roteiro, direção de arte e música. Globo de Ouro de melhor filme, diretor, atriz e trilha sonora.


"Eu era roteirista. Meu sonho era ter uma piscina. Consegui ter uma piscina, e nela morri." - Joe

O filme começa com William Holden boiando morto em uma piscina. Em flashback, ele vai contando tudo o que aconteceu até tudo acabar do jeito que acabou. Os fãs do filme sabem que o início foi reformulado depois de uma sessão-termômetro para saber o efeito que causaria em uma pequena platéia. O cineasta colocou o ator numa gaveta de cadáveres no necrotério, onde os mortos conversavam contando como chegaram ali, e Holden contaria a história da sua vida. Mas as pessoas riram muito da situação. Como não era essa a intenção de Wilder, ele colocou o cara dentro da piscina. Enquanto escrevia o filme, Wilder ouvia Strauss.

Mad about the boy - Norma

Joe (Holden, o homem mais bonito do cinema) é um roteirista fracassado que acaba conhecendo Norma Desmond, uma estrela do cinema mudo, mas que ninguém mais sabe direito quem é. Só que ela ainda acha que é a tal. Seu mordomo incentiva seus delírios escrevendo cartas para ela, como se fossem de seus fãs. Joe se torna seu amante, o que baixa ainda mais a auto-estima do rapaz. Quando conhece Betty (Olson), uma aspirante a roteirista, e se apaixona, tenta sair daquela relação doentia, o que é difícil, já que Norma está obcecada por ele, além de ser doida de pedra. Erich von Stroheim não sabia dirigir e na tomada em que ele leva Norma Desmond à Paramount, o automóvel teve que ser puxado por uma corda. Mas ele era tão barbeiro, mas tão barbeiro, que acabou batendo com o carro no portão de ferro da entrada do estúdio.

Uma cena que hoje parece inconcebível é William Holden gritando furioso para Gloria Swanson: "Você tem 50 anos!" Pensei que tivesse 70; a Kim Basinger tem 55 anos! Era duro ser mulher naquela época.

(É preciso dizer que os maquiadores precisaram envelhecer a atriz um pouco. Mas mesmo assim)

Mae West foi cogitada para o papel princípal - Wilder pretendia fazer uma comédia. Segundo o diretor, ela teria dito que o papel foi feito para uma mulher mais velha. "Você acha que eu deixaria Bill escapar? Ele estaria cansado demais para ir da minha cama à piscina". Hoho. Mae West era muito parecida com a personagem: morava com um homem que escrevia e respondia cartas supostamente de seus admiradores, e como Norma, também tinha um macaco de estimação. Mary Pickford e Paola Negri foram sondadas. Montgomery Clift aceitou representar o papel do roteirista, mas desistiu duas semanas antes do início das filmagens. David Lynch considera Mulholand dr. o seu Sunset Boulevard.

-Bastard!
Louis B. Mayer, da Metro, para Billy Wilder na saída da pré-estréia de Sunset Boulevard, depois de ver que o cineasta detonou a indústria de fabricar sonhos.

Entrando numa fria



Entrando numa fria

Orlando Bloom fraturou a costela quando caiu do cavalo nas filmagens de O Senhor dos Anéis.

Benicio Del Toro quebrou o punho numa briga com Tommy Lee Jones, em Traffic.

Nicole kidman ficou cheia machucados nas pernas e braços, durante as filmagens de Cold Mountain.

Antes de Seven, Brad Pitt cortou alguns tendões do dedo e rodou o filme com um curativo na mão. Também distendeu o tendão de aquiles filmando Tróia.

Al Pacino teve pneumonia por causa do mau tempo durante as filmagens de Revolução.

Viggo Mortensen quebrou um dedo do pé enquanto filmava O Senhor dos Anéis: As duas Torres.

Arnold S. teve muitos problemas nas costas e precisou operar o ombro, por causa de o Exterminador 2.

Russell Crowe quebrou o pé em O Gladiador, também fraturou o quadril e os tendões de aquiles. Seus bícips romperem a pele.

Cameron Diaz precisou desistir do seu papel em “Mortal Kombat”, após quebrar seu punho durante os treinamentos.

Jude Law quebrou uma costela na cena que seu personagem é assassinado no filme O Talentoso Ripley.

Harvey Keitel levou espadadas nas filmagens de Os Duelistas.

A noviça rebelde Julie Andrews torceu o pé em todas as sequências de abertura do filme, quando salta de um helicóptero.

Shelley Winters engordou horrores para fazer O Diário de Anne Frank e nunca mais conseguiu emagrecer.

Etc.

Entrando Numa Fria (Meet the Parents). EUA,2000.Dirigido por Jay Roach. Com Robert de Niro e Ben Stiller.


Os bons companheiros





"Do velho arcaico ao jovem arcaico, e hipnótico, e sifilítico, e mestre de si mesmo e de todos nós, com admiração." Telegrama de Bernardo Bertolucci para Luiz Fernando de Carvalho, após assistir Lavoura Arcaica, em Roma.

"Antonio Banderas é uma fogueira latina com olhos capazes de acionar a puberdade, reverter a menopausa, causar orgasmos em animais de estimação, plantas e eletrodomésticos." Libby Gelman-Waxner, crítica de cinema

"Uma voz extremamente cultivada, com uma pronúncia perfeita. Audrey Hepburn nunca falava alto, e então você tinha que chegar mais perto, ouvir com atenção, e você queria isso." Stanley Donen

"Sean Penn é o maior ator vivo." Marlon Brando

"Marlon Brando foi o maior ator que já viveu." Barbra Streinsand

"Dividimos roupas, maquiagens, cremes, segredos de beleza e confidências. O que mais pode se esperar de um pai?" Liv Tyler sobre seu pai, Steven Tyler, líder do Aerosmisth.

"É claro que você é divertida, você parece um pintinho que acabou de sair do ovo." Elvis Presley para Goldie Hawn

“Jack Nicholson é a pessoa mais sexual que já conheci. É simplesmente o demônio”. Kim Basinger.

"Faye Dunaway é a última das deusas." Billy Wilder

"Victor [Belfort], a minha vontade erra estar no ringue para sentir o que é ser você lutando". Catherine Zeta-Jones

"Eu queria um homem com alma de criança, um sujeito bom, caloroso, absolutamente capaz de aceitar o extraordinário, o irracional." Steven Spielberg explicando por que escolheu Truffaut para fazer o cientista em ET.

"Eu ri tanto que fiquei doente, realmente tive um ataque cardíaco de tanto rir. Foi uma das coisas mais engraçadas que já vi na minha vida." Orson Welles sobre "O Terror das Mulheres", de Jerry Lewis.

"Bill (Holden) foi uma das pessoas que eu mais amei no mundo." Billy Wilder

"Ingmar Bergman, Kurosawa e Buñuel são os três maiores poetas do cinema." Woody Allen

"Sua voz rouca, suspensa, ideal para o duplo sentido, faz até as mais simples observações parecerm apelos de acasalamento na selva." Ernest Hemingway, sobre Lauren Bacall

* Os Bons Companheiros (Goodfellas). EUA, 1990. De Martin Scorsese. Com Robert De Niro.




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O bebê de Rosemary




O bebê de Rosemary (Rosemary's baby)
EUA,1968. De Roman Polanski. Baseado no romance A semente do diabo, de Ira Levin. Com Mia Farrow, John Cassavetes, Ruth Gordon, Sidney Blackmer e Maurice Evans.


"Não devemos contar nada à ela." Minnie


Os recém-casados Rosemary e Guy, um ator ambicioso, se mudam para um prédio antigo em Nova York - a fachada é do edifício Dakota. Mesmo alertada por um velho amigo de que o lugar havia servido de cenário para histórias de bruxarias e magia negra, Rosemary se encanta com o apartamento. Coisas muito sinistras começam a acontecer quando o casal se envolve com os vizinhos Minnie e Roman, adoradores do diabo.

A tensão que acompanha toda a história começa logo na abertura do filme, com Mia Farrow cantarolando uma canção infantil. É imperdível e meu filme de terror predileto. Polanski foi tão fiel ao livro que manteve todos os detalhes descritos no romance, do figurino aos diálogos.

O diretor queria que sua mulher fosse a protagonista, mas seu nome não foi cogitado pela Paramount e ele achou que não seria elegante fazê-lo. Pensou em Warren Beatty para interpretar Guy, mas o ator achou o papel pequeno demais. "Ei, posso fazer o papel de Rosemary?" - brincou.

O bebê de Rosemary nasce no mês 6 de 1966. Um ano depois de ter sido lançado nos cinemas, Roman Polanki enfrentou o pior momento de sua vida, quando sua mulher, Sharon Tate, quase no final da gravidez, foi brutalmente assassinada por um grupo de fanáticos. Anos mais tarde, o cineasta se envolveu com uma menina de 13 anos e nunca mais pôde pisar nos Estados Unidos. O Dakota (Central Park West com rua 27) ficou conhecido como o lugar onde John Lennon foi morto a tiros. Durante as filmagens, Mia Farrow recebeu os papéis do divórcio do seu casamento com Frank Sinatra.

Os cabelos curtíssimos foram idéia de Mia, e o corte de Vidal Sassoon se tornou febre nos Estados Unidos. Salvador Dali considerou a atitude da atriz um "suicídio mítico".


O Diário de Mia




"Há 127 tipos de louco" - disse Polanski a um jornalista. "Mia se encaixa em 116 deles". Para mim, qualquer elogio é elogio.

Quando ele [Polanski] quis que eu comesse fígado cru, comi, tomada após tomada, embora naquela época eu fosse uma vegetariana radical. Enquanto filmávamos na Park Avenue, ele teve a idéia de que eu devia distraidamente atravessar a rua no meio do tráfego, sem olhar para os lados.

"Ninguém vai atropelar uma mulher grávida", brincou ele, referindo-se à minha barriga postiça.

Embora eu pesasse apenas 44 quilos quando começamos, Roman mandou que eu emagrecesse para as cenas em que estou grávida e enjoando muito, e iríamos fazê-la no fim.

Por causa das exigências técnicas inerentes e do seu perfeccionismo, Roman freqüentemente filmava de trinta a quarenta tomadas por cena.

(O que fica pelo caminho é para sempre, autobiografia de Mia Farrow / editora Objetiva)
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Jack Nicholson


A música e o cinema 2



(Cena deletada do filme Alguém tem que Ceder). Só digo uma coisa: I love you, Jack.

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O homem que amava as mulheres





Embora fosse casado e pai amoroso de duas meninas, Truffaut amava o amor e era inevitável que se apaixonasse também por suas musas. E em cada filme surgia uma nova paixão.


“Jeanne Moreau dava-me coragem toda vez que eu era assaltado pela dúvida. Suas qualidades de atriz e de mulher tornavam Catherine [sua personagem em Jules e Jim] real a nossos olhos, plausível, louca, infratora, apaixonada, mas sobretudo adorável, vale dizer, digna de adoração.”

“Sou o homem mais feliz da Terra. Minha vida privada está novamente organizada em função de uma felicidade amorosa.” (Sobre Catherine Deneuve - A Sereia do Mississipi)

"Julie foi a primeira minissaia que eu vi. Ainda não era comum, fiquei pensando que ela era meio maluca. Na realidade, estava apenas se antecipando à moda. Acrescente-se a voz rouca, meio em contradição com o seu físico. Como se ela tivesse bebido 1800uísques, o que não é verdade. Ela não fuma,não bebe, mas rói muito as unhas. Como eu. Entendemo-nos logo muito bem." (Sobre Julie Christie - Fahrenheit 451)

"Graças a ela recuperei minha confiança.” (Sobre Jacqueline Bisset - A Noite Americana)

"Seu rosto sozinho conta um roteiro inteiro, seus olhares criam situações dramáticas, você até poderia representar num filme sem história, seria um documentário a seu respeito e valeria por todas as ficções.”(Sobre Isabelle Adjani - A História de Adèle H.)

"Uma vez rodada a cena, seu rosto se ilumina, ela guarda silêncio e deixa vir um sorriso que parece dizer 'Estou plena, feliz, realizada’.” (Sobre Fanny Ardant - A Mulher do Lado)


(Após a leitura de "François Truffaut, uma biografia" - De Antoine de Baecque e Serge Toubiana. Editora Record)

Para ter Truffaut em casa, compare os preços.

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Bonnie e Clyde




Bonnie e Clyde - Uma rajada de balas (Bonnie and Clyde)
EUA, 1967, De Arthur Penn. Produção de Warren Beatty. Com Warren Beatty, Faye Dunaway, Michael J. Pollard, Gene Hackman, Gene Wilder, Estelle Parsons

O filme começa com closes de Faye Dunaway, jovem, loura e linda. Está sozinha no quarto, nua e terrivelmente entediada. Ouve um barulho, olha pela janela, é Clyde – Warren Beatty, sex symbol - tentando roubar seu automóvel. Aliás, o automóvel de sua mãe. Bonnie se veste rápido e desce ao seu encontro, não furiosa, mas fascinada. Ele se gaba de ter assaltado um banco, ela acha simplesmente o máximo, e não pensa duas vezes antes de largar sua vida de garçonete e, com a roupa do corpo, se juntar a ele. Clyde não é chegado a sexo, o que decepciona Bonnie, mas não impede que eles se apaixonem um pelo outro.

(Dizem que ambos eram bissexuais, e Warren Beatty queria interpretá-lo assim. Mas Arthur Pen acabou persuadindo o ator)

A dupla assalta bancos e postos de gasolina. Atiram pra todos os lados, mostrando um superestoque de balas. Não demora para que eles se tornem os bandidos mais procurados da América. O filme pode estar datado. Diante do cinema de hoje, Clyde é inofensivo. E o sangue lembra groselha.

*Extra*: Jane Fonda foi a atriz escolhida para viver Bonnie, mas preferiu fazer “Barbarella”, com seu marido Roger Vadim. Warren Beatty insistiu para Natalie Wood, sua namorada, aceitar o papel. Mas ela não quis, pois teria de ir para o Texas e deixar seu psiquiatra. Ann-Margret, Cher (Ahn?) e Sue Lyon também foram cogitadas. Segundo o pesquisador pop Marcelo Duarte, do Guia dos Curiosos, foram usadas 187 balas para matar a dulpa na vida real, e 87 no filme. Estelle Parsons levou pra casa o Oscar de coadjuvante. Primeiro papel de Gene Wilder no cinema. Faye Dunaway trouxe de volta a moda das boininhas inclinadas. Os atores principais tiveram um caso durante as filmagens. Ou ele não se chamaria Warren Beatty. Claro.

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Bonnie e Clyde, os verdadeiros, fugiram num carro modelo V8, da Ford. Durante uma de suas fugas, Clyde enviou uma carta a Henry Ford:

"Enquanto ainda tenho ar em meus pulmões escrevo para dizer que carro elegante o senhor construiu. Nenhum outro automóvel sustenta tanta velocidade como o Ford e, se meu trabalho não é estritamente legal, também não ofendo ninguém ao dizer que magnífico veículo é o seu V8."

Klute




Klute, o passado condena (Klute)
EUA, 1971. De Alan J. Pakula. Com Jane Fonda, Donald Sutherland, Roy Scheider. Oscar de melhor atriz para Jane Fonda.

“Eu queria não ter um rosto nem um corpo. E ficar em paz." Bree Daniel


A história é prejudicada pelo excesso de filmes idênticos que surgiram depois. Detetive particular (Sutherland) procura amigo desaparecido há seis meses, e acredita que seu sumiço pode estar ligado a uma call girl, Bree Daniel (Fonda). Bree é uma garota inteligente que faz análise e gostaria de ser atriz. O prazer de ficar pulando por dinheiro de cama em cama, é a sensação de estar dominando a situação.

O lance mesmo é Jane Fonda, espetacular. E Donald Sutherland é o anti-galã, orelhudo, muito magro, e com cara de bobo. Sua interpretação dá a dimensão exata da apatia e generosidade do personagem. Roy Scheider interpreta um malandro que fatura com suas protegidas.


JANE

Jane Fonda estava em plena fase de contestação, e por isso se interessou em representar uma prostituta bacana para mostrar "o colapso e a decadência americana". Como sua personagem, Jane também recebia telefonemas anônimos e obscenos, por conta do seu comportamento radical e sua ligação com os Panteras Negras.

No início a atriz achou que não era gostosa o suficiente e sugeriu Faye Dunaway. Quando foi convencida a aceitar, freqüentou bares especializados e uma garota de programa de 23 anos era sua assessora para assuntos ligados ao ramo. Como pegar o dinheiro antes e tratar o cliente como uma pessoa sedutora e especial. Dizem que Jane teria participado de experiências em bordéis caríssimos para captar o clima da personagem. Talvez sim, talvez não. Quando interpretou Gloria em seu filme anterior -A Noite dos Desesperados - não ia pra casa depois das filmagens, preferindo dormir no estúdio para não sair do clima.

O figurino de Bree representa o que as mulheres descoladas usavam nos anos 70 e virou moda, principalmente o corte de cabelo da atriz. Bolsa de camurça de franjas, camisetas sem sutiã, maxi e mini-saias com botas ou meia 3/4, cinto com fivelona, gola rolê, coletes e a inesquecível gargantilha.

Como em A Noite dos Desesperados, Barbra Streinsend recusou o papel de protagonista. Mais tarde brincaria dizendo que Jane deve muito à ela.

Klute foi rodado em dois meses e Jane e Donald tiveram um caso durante as filmagens. Décadas depois, o ator seria mais conhecido como o pai de Jack Bauer, o agente federal vivido por Kiefer Sutherland em 24 horas, o seriado que se tornou vício nos Estados Unidos e, claro, aqui.

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Ah, os beijos!

Chinatown




Chinatown (Chinatown)
EUA, 1974
De Roman Polanski
Com Jack Nicholson, Faye Dunaway, John Huston
11 indicações para o Oscar. Prêmio de melhor roteiro para Robert Towne. Vários Globos de Ouro.



O nariz de Jack


Em Los Angeles , nos anos 30, o detetive noir Jack Gitten (Nicholson), monossilábico e cínico, especializado em casos de infidelidade conjugal, é procurado por Evelyn Cross (Dunaway), uma misteriosa mulher que desconfia que está sendo traída pelo marido. Durante a investigação Gitter acaba esbarrando em corrupções e chantagens. Mesmo quem não assistiu “Chinatown”, deve conhecer a foto de Jack Nicholson de esparadrapo no nariz, cortado pelo personagem de Polanski, que faz uma ponta no filme.

O diretor pediu para Nicholson dirigir a cena. A televisão inglesa cortou este pedaço do filme, que foi considerado violento demais, provavelmente porque os dois curtiam, afirmando nas entrevistas que o corte tinha sido feito de verdade.

Foi Jack que ligou para o diretor dizendo que tinha lido um roteiro sensacional e gostaria que ele dirigisse. Mas Polanski não queria voltar para Hollywood, traumatizado com o assassinato de sua mulher Sharon Tate, cinco anos antes. Quando finalmente aceitou, o cineasta pensou imediatamente em John Huston e Faye Dunaway para os papéis de pai e filha, embora o produtor Bob Evans preferisse sua mulher Ali Mac Graw. Mas não rolou, porque ela pediu o divórcio para viver com Steve MacQueen. Então convidou Jane Fonda, que recusou o papel. "Estou cheia de viverem me dizendo o quanto Jack Nicholson é bom", teria dito.

Faye tinha fama de temperamental e Evans não queria "aquela louca" no estúdio. Polanski segurou a onda, achando que poderia lidar com ela. Mas a atriz deu o maior show, exigindo ser maquiada após cada tomada, além de constantemente esquecer suas falas, ao contrário de Nicholson, que prontamente decorou seu texto, assim como o de todos os outros atores. De modo que, quando Faye parece hesitante, não se trata de charme ou estilo, mas uma tentativa de se lembrar do script. Nas camisas usadas pelo ator estava escrito o nome de seu persongem, Jack Gittes. Pra ele entrar no clima, já que este detalhe não aparecesse em nenhum momento.

A cena onde Huston pergunta a Nicholson se ele estava dormindo com sua filha soa irônica. Sim, na vida real ele também estava dormindo com Anjelica Huston, que conheceu numa festa durante as filmagens de Chinatown, e que se tornaria sua namorada durante 17 anos.

Nas coisas que li por aí, soube que, originalmente, o filme teria um happy end, mas o diretor exigiu que não. Depois do sucesso de Chinatown, Jack Nicholson dirigiu “A Chave do Enigma”, usando o mesmo personagem -fracasso de crítica e bilheteria.

Depois das filmagens, Polanski se envolveu com uma menor e foi proibido de entrar nos Estados Unidos. A cena em que Evelyn é esbofeteada diversas vezes pelo detetive foi filmada à exaustão, até que a atriz pediu que ele desse tapas de verdade. Ficou ótimo, claro. O roteirista bolou uma trilogia mas acabou não rolando. Peter Bogdanovich não quis dirigir Chinatown e depois se arrependeu.
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Para Fernanda Chaib.

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Rede de intrigas





“Sua natureza de porco o impede de fazer bons trabalhos. É também o que me faz não querer topar com ele por aí.” Sean Penn, sobre Oliver Stone.

"Chaplin era alarmantemente cruel." Marlon Brando

"Se eu for tão estúpido para ser apanhado trabalhando com você outra vez, saiba que estou na miséria ou então enlouquci." Cary Grant para Michael Curtiz.


"Ela não se interessa por nada nem ninguém em particular. É supersticiosa, desconfiada, e não conhece o significado da amizade. É incapaz de amar. Cecil Beaton, sobre Greta Garbo

"James Dean era baixo, feio, encurvado, com barriguinha e pernas arqueadas. Parecia muito sujo e ficava enfiando o dedo no nariz. Que homenzinho horrível! Ele teve sorte de morrer jovem, e é só por isso que está por aí em todos esses posteres! Se tivesse sobrevivido, ficaria com uma barriga muito maior, estaria usando peruca e, a esta altura, teria morrido de Aids.” Marlene Dietrich

"Em Ladrões de Bicicleta foi a única vez em que devo ter visto Woody derramar uma lágrima, embora seja possível que o terçol estivesse sangrando.” – Mia Farrow sobre seu ex-marido Woody Allen

"Nicolas Cage era um dos puros e bons e se vendeu aos filmes comerciais de Hollywood." Sean Penn

"Billy Wilder é o tipo de diretor com o qual não gosto de trabalhar. Ele é um desses alemães prussianos que andam com o chicote na mão. Só trabalha em conjunto com roteiristas e põe os atores de lado. A mim não disseram sequer uma vez como era o final do filme [Sabrina] e quem ficaria com ela no final.” Humphrey Bogart

"Aquilo é uma vaca." – Orson Welles sobre Joan Collins

"Faye Dunaway é neurótica, irascível, arrogante e megalomaníaca." Roman Polanski


Se eu estivesse interessado em ver ossos, andaria com a chapa radiográfica do meu esqueleto debaixo do braço Darryl F. Zanuck, sobre Audrey Hepburn


"Não tenho qualquer admiração por Warren Beatty, que me parece além do mais uma figura das mais desagradáveis. Para mim ele faz parte, com Marlon Brando e alguns outros, do capítulo ‘Mais vale não filmar do que filmar com tipos como estes.” – François Truffaut

"Gerard Depardieu é um covarde, trapaceiro e negligente. Ele é a única pessoa que mente até para o próprio analista.” – Gillaume Depardieu, sobre seu pai.

"Joan Crawford é uma mulher terrível, tão ordinária, meu querido, tão classe baixa. Ahhhh!" Marlene Dietrich

"Vou adorar 2001, mas só vou vê-lo se for lançada uma versão mais curta. Eu não assisto a nada que me prenda a uma poltrona por mais de duas horas.” Orson welles sobre o filme de Stanley Kubrick.

"Katherine Hepburn tem uma gama de emoções que vai de A a B.” – Dorothy Parker


"O problema de O Iluminado foi que Stanley Kubrick não tinha conhecimento prévio do gênero. Ele queria fazer um filme de horror, e sua idéia inicial era fazer o filme mais assustador de todos os tempos. Ele é um diretor fantástico, eu pensei ‘Beleza, vamos ter de colocar ambulâncias nas portas de todos os cinemas da América, porque um monte de gente vai sofrer ataques cardíacos! É um filme tremendamente interessante mas ao mesmo tempo me parece um grande carro de luxo sem motor”. Stephen King, sobre a adaptação do seu livro

"Ela tem pés grandes.” – Marlene Dietrich sobre Greta Garbo

*Rede de Intrigas [Network). EUA, /1976. Dirigido por Sidney Lumet. Com Peter Finch, William Holden e Faye Dunaway.

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Penélope Cruz


O cinema e a música



Penélope Cruz canta Volver, de Carlos Gardel.

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Cidade dos sonhos



"Eu não dirijo os atores. Falo com eles e explico o que a cena representa, qual é o objetivo, e porque eles estão fazendo certas coisas." – Hitchcock

"Escolho atores e atrizes muito bons e depois deixo-os à vontade. Não falo muito com eles. Não os restrinjo. E fazem um ótimo trabalho de que eu recolho os louros. Digo que estejam à vontade. Podem mudar a cena, podem improvisar. Falo com toda a franqueza porque parto do princípio de que sabem que são bons e não estão inseguros." - Woody Allen

"O close é terrivelmente valioso - como um trunfo no bridge." - Billy Wilder



"Nunca improviso. Na minha cartilha está escrito em letras garrafais: improvisar, jamais. Ensaio várias vezes, discuto com o elenco as miudezas de cada personagem, esgoto o tema antes de filmar." Neil Jordan

"Alguns diretores têm um relacionamento afetuoso com seus atores, mas eu jamais consegui trabalhar dessa maneira. Dou toda a assistência que for necessária em termos profissionais." - Billy Wilder

"Minha opinião é que um cineasta não deve explicar o que quis dizer. Sobre coisa nenhuma. Deixe que os fregueses decidam." - Orson Welles

"O meu cinema é a resposta de um camponês de Vitória da Conquista, que ficou louco na infância, vendo filmes produzidos por Hollywood. Para mim “O Dragão da Maldade” é Hollywood e por isso que Antônio das Mortes andou dando mais tiros do que Gary Cooper, John Wayne, Randolph Scott e Errol Flynn juntos." Glauber Rocha

"Em geral, nas filmagens eu altero o roteiro, crio ou elimino cenas, invento novos personagens." - Cacá Diegues

"Pacto de Sangue é o melhor filme de Billy Wilder, é praticamente o melhor filme de todo o mundo."- Woody Allen

"Não há nada que eu não possa fazer no set. Movo uma mesa, arrumo o cabelo de alguém, recolho um pedaço de papel no chão. Tudo faz parte do processo de criação de um filme. Já em casa, não posso fazer uma xícara de café, pois sou muito impaciente para esperar a água ferver.” Frederico Fellini

"Eu não sou uma atriz treinada. Ou sou um desastre, ou um milagre." - Anna Magnani

"Eu dirijo o ator o menos possível. Encorajo-o a ser ele mesmo, sempre. Procuro uma contribuição espiritual, instintiva." - John Huston

"A maior parte das boas coisas no cinema acontece por acidente." - John Ford

“Eu não gosto de filmes. Eu gosto de fazer filmes”. Orson Welles

"Ingmar Bergman usa uma meia azul e outra amarela no primeiro dia de filmagem, mas não é sempre." - Liv Ullman

Chaplin compunha as músicas dos seus filmes dormindo e tinha um gravador junto da cama. Por causa desse dorme-acorda, "recompôs" La Violetera para um dos seus filmes, foi processado e teve que desembolsar uma nota preta.

Billy Wilder dormia com papel e caneta perto da cama para o caso de lhe ocorrer uma grande idéia enquanto sonhava.

Fritz Lang marcava no chão com giz colorido toda a movimentação dos atores no set de filmagem.

Woody Allen faz seus roteiros à mão num bloco amarelo, deitado.
Depois datilografa o texto numa máquina que usa há 20 anos.


Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive). EUA, 2001, Dirigido por David Lynch. Com Naomi Watts e Justin Theroux.

cinema, aspirina e urubus





Cinema, aspirinas e urubus
Brasil, 2005
De Marcelo Gomes. Com Peter Ketnath, João Miguel, Hermila Guedes


O Brasil não merece o Brasil

Road movie no sertão brasileiro. Em 1942, Johann (Ketnath - uia!) é um alemão que vem para o Brasil fugindo da Segunda Guerra Mundial. De caminhão, ele percorre o Nordeste levando a última novidade de seu país, capaz de acabar com todos os males: a aspirina. Carregando um projetor, um telão improvisado e comerciais do remédio -que fascinam os moradores da região - acaba dando carona para Ranulfo (Miguel), um nordestino típico que sonha tentar a vida no Rio de Janeiro.

O pernambucano Marcelo Gomes demorou sete anos para conseguir rodar o filme. Baseado numa história que aconteceu com seu tio-avô Rudolph, "Cinema, aspirinas e urubus" é sobre um Brasil que ignoramos e a amizade que pode surgir entre dois homens completamente diferentes. É interessante e triste observar que a história poderia se passar tranqüilamente nos dias atuais, já que a condição dos brasileiros que vivem na área paupérrima do país continua idêntica. Nunca vi um filme brasileiro com tanto estilo & elegância.

Aplaudidíssimo em Cannes, "Urubus..." é ovacionado por todos os países por onde passa, e não pára de faturar prêmios.

Marcelo Gomes estudou cinema em Bristol, na Inglaterra. Esse é seu primeiro longa, após vários curtas premiados. Foi co-roteirista de "Madame Satã". O cineasta pediu autorização à Bayer para usar o nome do remédio, mas acabou preferindo ter liberdade na hora de contar à história. Seu tio-avô morreu antes de o filme ser concluído. As tomadas foram feitas no sertão da Paraíba, e como no roteiro, os habitantes ficaram fascinado com o cineminha. Excluindo o ator alemão, todo o elenco do filme é nordestino.

Imperdível. Filmaço.

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a noite americana




A Noite americana(La Nuit Américaine)

França / Itália, 1973. Direção de François Truffaut. Com Jacqueline Bisset,
Jean-Pierre Léaud, Valentina Cortese e François Truffaut. Oscar de melhor filme estrangeiro.

"Um filme é como um trem que avança na noite." – Ferrand

Ferrand (Truffaut) é um cineasta que está rodando "Eu lhes apresento Pamela", sobre uma mulher que se apaixona pelo pai de seu marido. Podemos acompanhar o dia-a-dia de uma filmagem, em que são revelados todos os seus truques (a neve, as velas), mostrando a estrela temperamental, as brigas, os imprevistos, os problemas técnicos, a falta de dinheiro, o envolvimento emocional da equipe e tudo o mais que acontece num set.

Jacqueline Bisset - mais linda do que nunca - se sentiu honrada pelo convite e afirmou que aceitaria o papel mesmo que seu personagem tivesse apenas uma fala. Apesar de seu cachê habitual ser maior do que todo o orçamento do filme, a atriz trabalhou por um salário baixo mais participação na bilheteria. Truffaut amava o cinema, nós amamos Truffaut.

Com A Noite Americana, a forte amizade entre Truffaut e Godard foi definitivamente para o ralo. Após ter assistido e odiado o filme, o diretor de Acossado lhe escreveu uma longa carta falando do seu desprezo, acusando-o de "vangloriar o cinema clássico" e compactuar com o sistema. Godard via o cinema como um instrumento de política e denúncia e chegou a ensinar como se faz um coquetel molotov em Vent d 'Este. É dele também a frase "O movimento da câmera é ideológico”. Truffaut respondeu à altura e, numa carta de 20 páginas, disse poucas e boas.
Nunca mais os dois se falaram.

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"Provavelmente ninguém vai chamá-Io de mentiroso, portanto faço-o eu. Não é uma injúria, como seria chamar alguém de fascista, mas uma crítica, e é da falta de crítica que nos deixa filmes como esses - os de Chabrol, Ferreri, Renoir etc. - que eu me queixo. Você diz: os filmes são os grandes trens na noite. Mas quem toma o trem, em qual classe, e quem o conduz tendo ao lado o 'delator' da direção? Todos esses também fazem filmes-trem." (Trecho da carta de Godard para Truffaut)

“Eu li sua carta e a considero nojenta." (Trecho da carta de Truffaut para Godard)

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Cantando na chuva




Cantando na Chuva (Singin' in the Rain)

EUA, 1952. De Gene Kelly e Stanley Donen. Com Gene Kelly, Donald O’Connor, Debbie Reynolds e Jean Hagen.

O filme mais contagiante do cinema, praticamente um antidepressivo. Don (Kelly) e Una (Hagen) são as grandes estrelas do cinema mudo de Hollywood. Com a chegada do cinema falado, resolvem fazer um musical. O problema é que a voz da artista é insuportável e ela acaba sendo dublada por Kathy (Reynolds), uma jovem atriz de teatro por quem Don está apaixonado.

As músicas do filme já estavam prontas e o roteiro foi feito de modo a encaixá-Ias. A chuva artificial, feita de água e leite, fazia a roupa de Gene Kelly encolher e ele teve que mudar de terno várias vezes até que a cena ficasse pronta. Além disso, o ator estava com 40 graus de febre.

O clima no set era pesado entre Gene Kelly e Debbie Reynolds - indicada por Louis B. Mayer, o chefão da Metro. A atriz quis abandonar tudo quando Kelly disse que ela não tinha cacife para ser seu par. Debbie correu para chorar nos ombros certos, os de Fred Astaire, que se comprometeu a ensaiá-Ia. Na época de seu lançamento, Cantando na Chuva passou batido e ficou pouco tempo em cartaz. Somente uns vinte anos depois o filme mereceu uma enxurrada de elogios e a certeza de que se trata do melhor musical de todos os tempos.

Para ter, e ver sempre que rolar uma melancolia.

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