EUA, 2003. De Mike Nichols. Com Al Pacino (Roy Cohn), Meryl Streep (Hannah Pitt / Ethel Rosenberg / Anjo da Australia / Rabino), Emma Thompson (Anjo da América / Enfermeira Emily / Mendiga), Justin Kirk (Prior Walter / Homem no parque), Ben Shenkman (Louis Ironson / Anjo da Europa), Mary-Louise Parker (Harper Pitt), Jeffrey Wright (Belize / Sr. Lies / Anjo da Antártica). Cinco Globos de Ouro e 11 prêmios Emmy.
Filmes com mais de duas horas de duração me deixam nervosa. Imagine um de 374 minutos. No entanto, Angels in America (minissérie da HBO) é muito cheio de climas para ser visto em capitulos. Quando olhei na caixinha com dois dvds, fiz as contas, esperei um sábado, me instalei na cama com meias, cobertores e chuva, e assisti numa tacada só. Quem é homofóbico deve evitar – mas será que um homem beijar outro na boca ainda causa algum incômodo?
Dizer que se trata de um filme gay seria diminuí-lo. É meio apocalípito, meio alegórico, sobre o mundo que nós vivemos, e as coisas cruas. Se não fosse pelo seu final, poderia-se dizer que é tremendamente pessimista. Eu quase cortei os pulsos na metade do filme, porque tudo é muito desanimador. Mas as cenas vão se revelando e nada do que parece que vai acontecer acontece, e contém delírios, alucinações, anjos. O diretor é Mike Nichols, o que é um aval. O elenco reúne Meryl Streep e a excelente Mary-Louise Parker. Al Pacino no entanto repete sua atuação em O Advogado do Diabo.
A história se passa em 1986, quando Aids ainda era uma doença que não se dizia o nome. Prior (Kirk) e Louis (Shenkman) moram juntos há 4 anos. Quando o primeiro fica doente, seu companheiro não se sente emocionalmente capaz de continuar ao seu lado. Paralelo a isso, Roy Cohn (Pacino) é um esteriótipo do homem poderoso e sem escrúpulos, e Harper (Parker) é uma mulher viciada em Vallium, casada com um rapaz mormon que tem medo da sua sexualidade. As histórias se cruzam nesse filme melancólico, mas com momentos de humor, como a cena de um funeral, com muitas drag queens e carpideiras italianas contratadas, que se parece com uma parada gay.
Num elenco cheio de feras, destacaria Jeffrey Wright, no papel de um enfermeiro gay, responsável pelas cenas mais engraçadas, mas também pelas falas mais contundentes. O ator foi o único a participar também da montagem teatral que, como na tela, usa os mesmos atores para representar vários personagens. Na boa, caí pra trás quando soube que o ator não era gay.
IMDB: Robert Altman ia dirigir o filme e Al Pacino foi escolha sua. O saco de Doritos que aparece no filme ainda não existia em 1986. Al Pacino não permitia que ninguém olhasse pra ele enquanto estava atuando.
Para ter em casa, compare os preço.
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