Longe do Paraíso




Far from Heaven
EUA, 2002. Roteiro e direção de Todd Haynes. Com Julianne Moore, Dennis Quaid e Dennis Haysbert.


Deus abençoe a América, terra da liberdade.


Assisti esse filme depois de assistir David Lynch, então achei certinho demais. OK, é pra ser certinho, trata-se de uma homenagem ao cinema de Douglas Sirk. Em comum com o diretor de Veludo Azul, temos a aparente tranqüilidade das coisas: a vida de Julianne Moore é quase bliss, a casa impecável, organizada, amigas para o chá, folhas douradas de outono colorindo o jardim. Mas por trás do paraíso se escondem os segredos, preconceitos e toda a hipocrisia do final da década de 50.

Quando Julianne Moore descobre que o marido gosta de rapazes (Dennis Quaid - péssimo), o abalo vem seguido de uma rápida resignação. Mas a vida se torma insustentável quando ela se envolve emocionalmente com um homem negro ( Dennis Haysbert), em uma época que o racismo reinava absoluto.

Enquanto escrevia, o co-roteirista Todd Haynes, pensou o tempo inteiro em Julianne Moore. A atriz estava grávida quando aceitou estrelar Longe do Paraíso.
O bonitão George Clooney e Steven Soderbergh, diretor de Traffic, são os produtores do filme .

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O cineasta

Rei da cocada dos filmes alternativos americanos, Todd Haynes rodou The Karen Carpenter Story, representado só por bonecas Barbie. Depois dirigiu Velvet Goldmine, ambientado nos anos 70 do rock. Ewan McGregor aparece peladão, num papel inspirado em Mick Jagger. David Bowie proibiu qualquer citação ao seu nome, já que na história havia uma insinuação de um caso entre ele e o rolling stone. Dizem, mas não provam, que os dois roqueiros foram flagrados na cama por Angela, mulher de Bowie, e Mick Jagger acabou compondo Angie.

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A música

Elmer Bernstein compôs mais de 150 trilhas sonoras nos seus 50 anos dedicados ao cinema. Teve 13 indicações para o Oscar, e levou apenas uma estatuueta, por Positivamente Millie, de George Roy Hill. A música de Bernstein esteve presente nos mais importantes filmes da telona, de Cecil B. Mille a Martin Scorsese.

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Foto: IMDB. Julianne, Todd Haynes, Dennis e Dennis.
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3 comentários:

lola aronovich disse...

Oi, Marina! Que bom que vc voltou! Eu gosto muito de Longe do Paraíso. E não acho que o Dennis Quaid tá péssimo de jeito nenhum.
Escrevi uma crônica sobre o filme na época:
http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2007/11/longe-do-paraso-perto-do-corao.html
Acho que ano retrasado revi o filme em dvd, e gostei mais ainda.

Anônimo disse...

Li seu texto, nosso ponto de vista é bem parecido, né? Até o Lynch. Só vi uma vez, e achei o Dennis Quaid, que o Elesbão, do blog Bricabraque, considera o genérico do Harrison Ford, péssimo.

Eu gosto dele, sempre achei o Harrison Ford que não deu certo. Mas no bom sentido, sabe? Ele era um gatinho.

Adoro um filme que, claro que vc viu, Morto ao Chegar. A história é muito interessante, mas o final estraga.

beijo.

Adoro discordâncias. Quem sabe da próxima vez eu repare melhor na interpretação do Quaid?

:)

Unknown disse...

Oi, Marina ... sou leitora assídua dos seus blogs e como voltei das férias ontem, estou atualizando minha leitura ...

Em relação ao Velvet Goldmine, Ewan McGregor faz o papel do Iggy Pop, cantor do The Stooges, que teve uma ligação muito íntima com o David Bowie, tanto que o David é o produtor de um dos melhores álbuns-solo do Iggy Pop, The Passenger.

Até as músicas cantadas pelo Ewan McGregor - Gimme danger e Eye on TV - são do Iggy Pop.

Abraços!!