Nouvelle Vague Brasileira


A fase que eu mais curto do cinema brasileiro, os filmes produzidos nos anos 60, rodados em p&b e embebidos em um clima existencialista. Mesmo que não fossem tão bons, valeriam só para ver Ipanema cheia de palmeiras e uma Copacabana que nos traz uma certa nostalgia.



Todas as mulheres do mundo

Brasil, 1967. De Domingos de Oliveira. Com Leila Diniz, Paulo José, Ivan de Albuquerque

"Eu sou Leila Diniz, e daí?"


Paulo (Paulo José) é um jornalista mulherengo que conhece Maria Alice (Leila}, noiva de um amigo (lvan), numa antológica festa de Natal. Os dois se apaixonam e se casam, mas Paulo tem dificuldade em se manter fiel. Autobiográfico e poético, conta a história de Leila Diniz e Domingos de Oliveira e foi realizado depois que os dois se separaram. É claramente uma declaração de amor à atriz. Vejo, revejo, já perdi a conta. Sempre choro no final. Para comprar e guardar.



Copacabana me engana
Brasil, 1968. De Antonio Carlos Fontoura. Com Odete Lara, Carlo Mossi, Paulo Gracindo, Joel Basrcelos, Cláudio Marzo e Maria Gladys. Música de Caetano Veloso.

"Que espécie de gente mora em Copacabana?"


Odete Lara está linda e a fotografia do Afonso Beato é uma jóia. Tem pelo menos duas seqüências interessantíssimas: quando ela e Carlo Mossi, o protagonista, dançam em frente à janela(puro Antonioni) e quando a atriz conversa com ele num bar de Copacabana e a câmera fica um tempão focalizando só os seus brincos de argolas. Um arraso.



Os Paqueras
Brasil, 1969. De Reginaldo Faria.

Dois amigos azaram todas as mulheres do mundo, e não hesitam em armar qualquer tipo de situação para levar uma mulher para a cama. Reginaldo Faria (meio francês, meio Chico Buarque) e Walter Forster. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, até um se apaixonar pela filha do outro. Passam pelo filme todos os ícones dos anos 70 e a estética é maravilhosa. Valentina Godoy, Irma Alvarez, Darlene Glória, Adriana Prieto e Irene Stefânia são algumas musas da época que participam do elenco. E Leila Diniz, no papel dela mesma. O filme realmente é o tal. Superbem dirigido, parece filme francês.



Edu coração de ouro
Brasil, 1966. De Domingos de Oliveira.

Quando os homens amavam as suecas.


Edu Coração de Ouro não é nenhum Todas as Mulheres do Mundo, mas é gostoso de ver. Aliás, não é nem um filme, mas um jeito carioca de ser, uma atmosfera. Paulo José de óculos Godard, Dina Sfat ultralinda, Norma Bengell com ar de Julie Christie. Cílios postiços, coques banana, inocência, maxibiquínis, Rio de Janeiro e leila Diniz mostrando por que foi e sempre será uma deusa.



Os Cafajestes
Brasil, 1962. De Ruy Guerra, Com Jece Valadão, Daniel Filho, Norma Bengell, Glaude Rocha e Hugo Carvana.

Até mesmo Jece Va ladão, produtor do filme, passou uma tesourada, sem o diretor saber. A liga conservadora teve seus ataques - Daniel Filho e Jece fumam maconha na praia e Norma Bengell faz o primeiro nu frontal do cinema brasileiro. Também é o primeiro longa-metragem de Ruy Guerra, que encheu as salas de cinema, e acabou sendo interditado pela Censura.

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3 comentários:

Alba Regina disse...

marina!!!! aonde está "tati a garota" filme q assisti com minha mãe no cinema e q amo adoro ... nossa minha mãe era tudo viu? beijo.

vera maria disse...

Muito bom post, excelente, merci, viu? :)
clara lopez

GUGA ALAYON disse...

saudades da época que nasci