(8 1/2)
França/ Itália, 1963. Roteiro e direção de Frederico Fellini. Com Marcello Mastroianni, Claudia Cardinali, Anouk Aimée. Oscar de melhor filme estrangeiro.
Sem inspiração para criar, o diretor de cinema Guido Anselmi (Mastroianni) não consegue realizar seu filme, enquanto os produtores se desesperam e os técnicos fazem um cenário gigantesco. O personagem, claramente autobiográfico, é guiado pelo seu inconsciente, por onde passeiam as mulheres da sua vida, a primeira prostituta, a corista já envelhecida, a amante fútil e a esposa elegante. As fantasias (mulheres num harém imaginário, felizes e prontas para servi-lo), se juntam às lembranças da infância marcada pela repressão católica, embebidas na atmosfera circense que Fellini tanto gostava. A música de Nino Rota contribui para dar ao filme um clima onírico. Genial.
Jantar na casa de Fellini: quando Ingmar [Bergman] sentou-se num canto com Giulietta Masina, ela perdeu sua timidez e começou a cantar. Uma voz alta, clara, como a de uma criança.
- Não posso sair da sala um minuto sem que minha mulher faça alguma tolice, disse Fellini, à porta. Ela se levantou depressa. Não respondeu. Através da janela da varanda, a vi caminhar pelo jardim, colhendo flores das árvores. Mais tarde, entrou novamente e deu uma a cada um de nós. Sorria o tempo todo. Mas, quando se movimentava, era nas pontas dos pés - para ninguém notá-la." (Liv UlImann - Mutações)
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Um comentário:
É desse que vem a cena do Marcello, de terno branco, indo buscar numa piscina cheia de lama o chapéu de uma mulher, que voou? Uma das cenas mais lindas que já vi.
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