O pecado mora ao lado
O pecado mora ao lado (The Seven Year Itch)
EUA, 1955. De Billy Wilder. Com Marilyn Monroe e Tom Ewell.
Oh, você pode sentir a brisa que vem do metrô? Não é delicioso? - Garota
O editor de livros Richard Sherman(Ewell), fica sozinho em Nova York quando sua mulher e seu filho saem de férias para fugir do calor da cidade. Quando vê sua nova vizinha (Monroe), ele tenta conquistá-la.
Como sempre, o roteiro do filme foi muito prejudicado pela censura. Adultério, nem pensar: os censores achavam inconcebível um marido trair a mulher, mesmo com uma tentação chamada Marilyn. Wilder então precisou se conformar com as fantasias e a vontade - regada de muita culpa, claro - de Richard, de levar a Garota para a cama. Mas a criatividade do cineasta acabou burlando as regras e a empregada encontra um grampo de cabelo na cama do seu patrão, fazendo com que o espectador possa tirar suas próprias conclusões.
Uma das cenas que simbolizam o cinema de Hollywood - Marilyn Monroe com vestido branco suspenso pelo vento que sai pelas grades do metrô - foi filmada na Lexington Avenue, em Manhattan, e assistida por milhares de pessoas. Foram necessárias dezenas de tomadas, por causa do barulho da rua. Wilder pedia silêncio, mas não adiantava. Os curiosos só obedeceram quando MM colocou o dedo indicador diante dos lábios.
Por motivos técnicos, a cena acabou sendo refilmada na 20th Century Fox, em Hollywood, com a atriz usando duas calcinhas para evitar transparência, por causa da luz forte do estúdio.
Marilyn, 29 anos, estressava Billy Wilder com seus atrasos, o excesso de remédios, a incapacidade de decorar suas falas e sua vida pessoal conturbadíssima. Estava casada com o jogador de beisebol DiMaggio e acabou se separando durante as filmagens. Ciumentíssimo, a famosa cena do metrô foi a gota d'água.
O diretor queria James Stewart, Gary Cooper ou William Holden para o papel principal. Também gostou muito do teste do desconhecido Walter Matthau. Mas a Fox bateu o martelo e exigiu que Tom Ewell fosse o par da atriz. O ator acabou embolsando o Globo de Ouro de melhor ator.
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"Marilyn achava que sua aparência dava-lhe direito a privilégios especiais. Era verdade, mas isso não funcionava comigo porque eu olhava para ela não como um homem, mas como seu diretor. Bem, na maioria das vezes. De qualquer maneira, ela não fazia o meu tipo. Ela era mais provocadora do que provocante. Para mim, pessoalmente, Audrey Hepburn era a personificação de tudo o que é perfeito numa mulher. E era pontual. - Billy Wilder (de "Ninguém é perfeito", biografia do diretor escrita por Charlotte Chandler)
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"Na cena em que Marilyn aparece descendo a escada de camisola, pensei que ela estivesse vestindo também um sutiã. 'Ninguém usa sutiã debaixo de uma camisola', disse à ela.'As pessoas verão seus peitos apenas porque você os reaça usando o sutiã.''Que sutiã?',perguntou ela, tomando minha mão e pousando¬a sobre seu peito. Ela não estava usando nada. Seus seios eram um milagre de forma, firmeza e notória resistência à gravidade." - idem.
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Um comentário:
Olá ! Adorei conhecer seu blog muito bacana ! Aprecio muito os filmes clásicos da éra de ouro de Hollywood.
Parabéns !!!
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